segunda-feira, 25 de junho de 2007

Juvenal Pereira > JK nos Braços do Povo

22 de agosto de 1976, Brasília, Esplanada dos Ministérios, aproximadamente às 18h.

O caixão com corpo do ex-presidente da república Juscelino Kubitschek (JK) é carregado pelo povo, entre a Catedral de Brasília e o carro do corpo de bombeiros. Um barulho silencioso ocupava corações e mentes dos candangos que foram se despedir do JK. Uma energia dolorida abraçava a todos e a tudo.
A reportagem fotográfica em filme preto e branco foi um frila para a revista Veja.

Estava fotografando com uma enorme paixão. Consciente do prazer de ser foto-jornalista e participar de um momento único da história do país.
Eu estava absolutamente envolvido na reportagem e me posicionava nos lugares pontuais do que acontecia.


Por que considera histórica esta fotografia?
Porque naquele dia morreu o ex-presidente da república. O político sorridente, amável e com uma visão de futuro inigualável na história política brasileira.
Os instantâneos são de candangos carregando o caixão com o corpo do líder político que tinha sido proscrito pelo regime militar.

Esta foto tinha e tem um valor tão especial que foi a capa do Jornal Movimento. Muitos números depois desta publicação o jornal veiculou uma reportagem com as fotos que tinham sido censuradas.

Após a publicação, que repercussão teve esse material?
Selecionei aproximadamente 70 fotos deste ensaio/reportagem e com a música Silvia Beraldo fizemos um audiovisual, que foi projetado em diversos lugares. A revista IRIS publicou um ensaio.

Qual sua impressão sobre a manutenção (ou não) do valor histórico da foto?
Continua tendo um valor agregado que só a fotografia alcança. O registro visual de um momento.

Juvenal Pereira > Sou foto jornalista desde 1971, quando fui trabalhar na sucursal da revista O Cruzeiro, em Salvador. Fiquei lá três anos. Depois fui para Ouro Preto em Minas Gerais participar do 8.º Festival de Inverno. Patrocinado pela coordenação do festival fiz o audiovisual “Mãos”. Em seguida fui para Porto Alegre. Trabalhei no Jornal Zero Hora por alguns dias. Como atividade livre documentei personagens e lugares do Sul. Depois, Brasília. Lá fotografei arte e política durante 5 anos. A partir de 1981, vivo em São Paulo. Criei o Mês Internacional da Fotografia, trabalhei para o Estadão e para a Folha de S. Paulo. Coordenei oficinas, fiz curadorias, organizei arquivos fotográficos. Atualmente crio e desenvolvo projetos fotográficos.

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