segunda-feira, 25 de junho de 2007

Conteúdo > A História bem na Foto - 2

Neste A História bem na Foto - 2:


Vera Sayão > Brizola e o Beijoqueiro
Luiz Carlos David > O Papa no Aterro
Renan Cepeda > Polícia no Morro
Juvenal Pereira > JK nos Braços do Povo
Alcyr Cavalcanti > Desafetos Cordiais

Este blog segue o padrão “livri”, ou seja, tem número limitado de postagens
e é editado para leitura de cima para baixo.
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Foto do título: Bandeiroso, Aguinaldo Ramos, 2001

Vera Sayão > Brizola e o Beijoqueiro

Posse de Leonel Brizola no primeiro governo do Estado do Rio de Janeiro - março de 1983

Vejo essa foto como histórica, para mim, por uma série de razões:
1. Retrata um momento muito peculiar na estória do estado do Rio, que nunca se repetirá, mesmo com outros personagens. Os motivos são os seguintes: Leonel Brizola, político gaúcho, que teve um papel decisivo no governo João Goulart, cassado e exilado pelo governo militar, retorna ao Brasil quinze anos depois e funda um partido, o PDT (Partido Trabalhista Democrático) no intuito de resgatar a “velha chama” do PTB, sua antiga legenda, no momento em poder de antigos aliados e então adversários, a família Vargas.
2. De posse de sua nova legenda se candidata ao governo do Rio e, contrariando todas as expectativas, consegue se eleger governador, mobilizando uma legião de admiradores fervorosos, muito dos quais nem eram nascidos, ou eram crianças, na época de atuação política do ex-governador. Essa legião de fãs mais tarde dará origem ao fenômeno do “brizolismo” e do local popularmente conhecido, na época, como”brizolândia”, ponto de encontro de seus admiradores.
3. A foto, propriamente dita, retrata não apenas a posse de um governador de estado, mas o momento em que o português José Alves de Moura, conhecido popularmente como o “beijoqueiro” salta em cima da mesa onde ocorre a solenidade da posse e agarra o rosto do governador para “tascar” um de seus famosos beijos...



Vejo isso da seguinte forma:

Aonde mais, se não no Brasil e especificamente no Rio, burlando toda a segurança e solenidade que se pressupõe na posse de um governador, vem o “beijoqueiro” para beijar o depositário de todas as expectativas populistas semeadas ao longo da campanha de Brizola ao governo do estado?... Era como uma celebração carioca à então recém estabelecida democracia no país, que na época ainda nem contemplava eleições diretas para presidente da república.

Passados tantos anos da foto, não me lembro mais das repercussões em torno de publicação da foto. Eu na época era fotógrafa free-lancer para a revista IstoÉ e penso que provavelmente estava credenciada pela revista na cobertura da posse do governador.

Sobre a consciência da “historicidade” ou não da foto, penso que na época considerei a foto, pelo menos, um registro inusitado, fora do comum. Hoje, passados 24 anos de nossa turbulenta democracia e da até hoje desconfiada relação com a classe dos políticos, penso que a foto retrata uma época em que o brasileiro era mais ingênuo e também mais esperançoso em relação a seus governantes.

Local: Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro

Equipamento: Nikon FM 2, 35mm, filme Tri-X, 400 Asa.


Vera Sayão > É carioca. Cursou a Escola de Belas Artes da UFRJ e é formada em jornalismo pela PUC-Rio. Foi bolsista CAPES no Hawkeye Institute of Technology, Iowa, Estados Unidos, onde estudou fotografia de 1991 a 1993.Trabalhou com fotojornalismo de 1980 a 1991, nas sucursais cariocas da Folha de São Paulo, O Estado de São Paulo e revista IstoÉ, passando depois para as áreas de assessoria de imprensa e divulgação.Participou de diversas exposições coletivas de fotografia no Instituto Nacional de Fotografia da Funarte, no Consulado da Itália e foi entrevistada no filme Caçadores de Almas, de Silvio Tendler, sobre o olhar dos fotógrafos.Desde 2002 vive em Florianópolis e trabalha com fotografia na área de cinema. Em 2005 realizou exposição individual no Espaço Prontomed Lagoa, na Lagoa da Conceição. Atualmente é aluna do curso de História na Universidade Federal de Santa Catarina.

Luiz Carlos David > O Papa no Aterro

Trechos do depoimento de Luiz Carlos David, gravado em 20/04/2007, a respeito de sua foto da chegada do Papa João Paulo II ao local da missa no Monumento aos Mortos da II Guerra Mundial, Aterro do Flamengo, Rio de Janeiro, em sua primeira visita ao Brasil, em 05/07/1980.

Transcrição >



- Esta foto tem um dado curioso, porque eu antevi esta foto. Dias antes, eu já tinha a foto na minha cabeça. Porque eu era presidente de Associação dos Repórteres-fotográficos [ARFOC-Rio] e a assessoria de imprensa da Arquidiocese me pediu que fosse lá ver as condições em que os profissionais iam trabalhar, para ver se eu tinha alguma sugestão, se eu acrescentaria alguma coisa, se eu dava o meu OK, imagina, tudo bem, eles foram muito gentis... E eu fui e estava tudo muito bom, o acesso, a locomoção, enfim, muito bom para se trabalhar. E nesse momento eu vi d’aonde eu poderia fazer uma determinada foto. Eu perguntei a ele sobre a luz, ele me disse que à noite haveria um teste de luz para marcar a iluminação de televisão. À noite eu voltei, marquei a luz para fotografia.
Só que, no dia da missa, não me escalaram para fazer a cobertura. Então, eu tive que brigar com o meu chefe... Eu disse: “Não, eu vou. Eu tenho a foto pronta e você não vai me mandar?...” E depois de muita discussão, ele disse: “Então você vai e tem dez minutos. Você vai e traz o filme de todo o pessoal que está lá trabalhando.”
E foi o que eu fiz. Cheguei lá, fui para o lugar que eu tinha escolhido anteriormente, esperei a foto acontecer, fotografei, peguei o material do resto da turma e voltei para o jornal.
- E em quê esse lugar se diferenciava dos outros?
- É porque eu estava no meio do povo. Como se diz, na grade, na fila do gargarejo... Entre onde eu estava e a passarela do Papa tinha um corredor, onde toda a imprensa tinha acesso. Como eu não estava credenciado, eu não tinha acesso a essa parte. E não podia, por conseguinte, chegar mais próximo. Então, fiquei ali. E foi muito bom, porque, que eu me lembre, só eu fiz aquela foto. E no dia seguinte, o jornal deu destaque, deu oito colunas, publicou a foto... (...)



[ O JB publicou uma foto anterior, em que o Papa saúda o povo, mas Luiz Carlos David prefere...]





A segunda foto já é ele mais adiante, na caminhada dele rumo ao altar, e é interessante essa foto também, porque ela marca mais o local onde houve a missa, né?, o Monumento aos Mortos da II Guerra. Só que ele já não está passando por mim. Ele já passou por mim, né?, já está se dirigindo... E eu não acompanhei. Era impossível acompanhá-lo aonde eu estava, que eu estava ali espremido no meio do povo. (...)

Esse material certamente foi vendido para o Brasil, imagino que todo, e possivelmente para o exterior, que a Agência JB, na época, era uma agência muito atuante, tinha uma estrutura de distribuição muito boa. (...)

Eu acho que ele [esse material] continua tendo [importância]. Foi uma situação, um dia festivo não só do ponto de vista da Igreja, envolvendo Catolicismo e tal (...), como também do ponto de vista político. E o fato de ser quem era... O Papa João Paulo II era uma figura de um carisma fantástico, independente de ser... de que religião fosse...

Luiz Carlos David > começou cedo na profissão, graças ao pai, também fotógrafo. Entrou precocemente para o Jornal do Brasil, como estagiário, em 1970, onde esteve por mais de 15 anos. Trabalhou ainda na sucursal da Veja no Rio, na agência F4, na sucursal da Folha de São Paulo e, finalmente, no jornal O Dia, antes de se tornar free-lancer e se aposentar.

Renan Cepeda > Polícia no Morro

Primeiro ano da era Collor, 1990.
Pauta: bandidos assaltam agencia do BB na UFRJ e fogem para o morro do Timbau, do outro lado da Av. Brasil. Na fuga baleiam e matam um policial civil. Acompanhamos a polícia nas buscas aos bandidos no morro. Eu era foto-jornalista do Jornal do Brasil.
A equipe de polícia que subiu o morro era comandada pelo famoso delegado Elson Campello. Nesta época a polícia civil era retalhada em feudos, que controlavam, em áreas separadas da cidade, os negócios de contravenção, ora extorquindo, ora participando mesmo. A vida perdida do policial atingido pelos bandidos serviu de motivação aos colegas, que arrombavam e invadiam casas à procura dos criminosos no morro. Essas ações eram comumente violentas.
A foto mostra um policial saindo de uma das casas onde dois garotos brincavam com um gato.





Publicada no topo da primeira página, ela serviu como denúncia às truculências dos policiais. Era campanha eleitoral e o candidato ao governo do estado, Leonel Brizola, aproveitou o fato e a foto. Foi eleito.
Desde então a polícia civil não subiu nem violou residências nos morros.
Para mim foi mais um dia, mais uma ordinária aula de vida dura. Dura para os favelados e para mim também. Ainda mais que o editor de fotografia na época não gostava muito de mim. A foto serviu para que me firmasse em sua equipe.
Voltando à foto em si: durante a ação da polícia, que acompanhávamos, não houve reação dos bandidos da área. Os policiais entravam de casa em casa, num pente fino para achar os meliantes. Em frente a uma dessas casas havia dois meninos acariciando um gato branco. Um policial já havia entrado naquela residência. Então pedi para que os garotos ficassem justamente na porta, apostando que o policial teria que passar entre ou por cima dos meninos.
Havia mais dois fotógrafos fazendo a cobertura por outros jornais: Vidal da Trindade (O Dia) e Ferreirinha (O Povo). Os dois gostaram da idéia e então combinamos que não usaríamos a grande angular, pois havia recuo para uma 50mm, enquadrando toda a porta em vertical. Eu usava uma Nikon F-2, que com o motor-drive pesava uns 3kg. O fotômetro da câmera não funcionava, então arrisquei um 1/250 – f:8 na sobra, com luz refletida do sol no chão. O gato e os meninos posicionados, o polícia veio, parou diante da cena, olhou para a gente e decidiu passar entre os garotos.
O JB foi quem deu melhor a foto.
Na verdade, naquele dia da foto, quando cheguei na redação, coloquei os Tri-x's para revelar e já saí imediatamente para outra pauta: um portrait de uma atriz estrangeira. Era sexta-feira, dia de "pescoção", fotos para sábado, domingo e segunda.
Essa é a vida do foto-jornalista: de manhã uma perseguição policial, à tarde um portrait de uma francesa, à noite o futebol no Maracanã. Acorda-se no outro dia, com a coluna reclamando, sem se lembrar direito de como foi seu dia anterior.
No sábado, acordei cedo, tomei um táxi, peguei uma nova namorada em sua casa e fui para a rodoviária. A serra era onde preferia descansar da vida de notícias. Descemos em Friburgo, onde tinha um Rural Willys guardada numa garagem. Fui comprar mantimentos e chocolates para o frio do sítio. No supermercado, na fila do caixa, é que vi a pilha de JBs com a foto enorme cortando a primeira página.
Para minha namorada, a partir daquele instante, passei a ser muito mais que um adorável amante. Me tornei um herói, o que certamente acrescentou muito mais fervor àquela oportunidade.


Renan Cepeda > Carioca, nascido em 1966, começou a fotografar em preto e branco já com 11 anos de idade, profissionalizando-se em 1987. Sua grande escola foi a experiência no fotojornalismo. Colaborou para as maiores publicações do país, tais como Jornal do Brasil, Folha de São Paulo, Veja, Época, Isto É, Elle, Exame, entre muitas outras. Foi correspondente da agência francesa SIPA-Presse no Rio, de 1993 a 1995. Em 1996 fundou o “Arte de Portas Abertas” com outros artistas do bairro carioca de Sta. Teresa. Dedicando-se hoje integralmente à fotografia de arte, Renan Cepeda é reconhecido pelas pesquisas artísticas sobre técnicas fotográficas incomuns, como a fotografia infravermelha - que estuda desde 1991, elaborando a série “Invisíveis” – e a coleção “Pichações”, em que aplica processos de iluminação pontual sobre casas desabitadas, trabalho já premiado três vezes: International Agfa Photo Award em 2004; bolsa-prêmio da FUNDARPE - Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco e prêmio-aquisição no Salão de Santo André – SP, em 2005.
Contatos: 21 2508.8900 / 8606.6688
cepeda@terra.com.br - www.renancepeda.com

Juvenal Pereira > JK nos Braços do Povo

22 de agosto de 1976, Brasília, Esplanada dos Ministérios, aproximadamente às 18h.

O caixão com corpo do ex-presidente da república Juscelino Kubitschek (JK) é carregado pelo povo, entre a Catedral de Brasília e o carro do corpo de bombeiros. Um barulho silencioso ocupava corações e mentes dos candangos que foram se despedir do JK. Uma energia dolorida abraçava a todos e a tudo.
A reportagem fotográfica em filme preto e branco foi um frila para a revista Veja.

Estava fotografando com uma enorme paixão. Consciente do prazer de ser foto-jornalista e participar de um momento único da história do país.
Eu estava absolutamente envolvido na reportagem e me posicionava nos lugares pontuais do que acontecia.


Por que considera histórica esta fotografia?
Porque naquele dia morreu o ex-presidente da república. O político sorridente, amável e com uma visão de futuro inigualável na história política brasileira.
Os instantâneos são de candangos carregando o caixão com o corpo do líder político que tinha sido proscrito pelo regime militar.

Esta foto tinha e tem um valor tão especial que foi a capa do Jornal Movimento. Muitos números depois desta publicação o jornal veiculou uma reportagem com as fotos que tinham sido censuradas.

Após a publicação, que repercussão teve esse material?
Selecionei aproximadamente 70 fotos deste ensaio/reportagem e com a música Silvia Beraldo fizemos um audiovisual, que foi projetado em diversos lugares. A revista IRIS publicou um ensaio.

Qual sua impressão sobre a manutenção (ou não) do valor histórico da foto?
Continua tendo um valor agregado que só a fotografia alcança. O registro visual de um momento.

Juvenal Pereira > Sou foto jornalista desde 1971, quando fui trabalhar na sucursal da revista O Cruzeiro, em Salvador. Fiquei lá três anos. Depois fui para Ouro Preto em Minas Gerais participar do 8.º Festival de Inverno. Patrocinado pela coordenação do festival fiz o audiovisual “Mãos”. Em seguida fui para Porto Alegre. Trabalhei no Jornal Zero Hora por alguns dias. Como atividade livre documentei personagens e lugares do Sul. Depois, Brasília. Lá fotografei arte e política durante 5 anos. A partir de 1981, vivo em São Paulo. Criei o Mês Internacional da Fotografia, trabalhei para o Estadão e para a Folha de S. Paulo. Coordenei oficinas, fiz curadorias, organizei arquivos fotográficos. Atualmente crio e desenvolvo projetos fotográficos.

Alcyr Cavalcanti > Desafetos Cordiais

O encontro cordial entre dois desafetos (pelo menos em teoria),
Roberto Marinho e Leonel Brizola.
Véspera de Natal, era quase noite de Natal, eu de plantão no Globo, dia 24/12/1983. Pouquíssimos a trabalhar em regime de plantão. Nada acontecia. 17h, entra no depto fotográfico o repórter Luis Erlanger (atual capo na TV Globo) para irmos com urgência para a sede da emissora, para fazer um registro no gabinete da diretoria. A exigência de traje era paletó e gravata, afinal iríamos ao encontro do “rei da mídia” (e patrão) no Brasil.
Na época Erlanger era um jovem repórter em ascensão, homem de confiança do chefe da redação, Henrique Caban. Ficamos alguns minutos na ante sala, esperando a ordem para entrar. Era um cordial encontro entre Marinho e o governador Leonel Brizola, para costurar algum acordo. Entramos eu e um cinegrafista local. O texto seria fornecido por um dos assessores de Roberto Marinho. Seria um rápido registro do encontro, a imagem convencional dos dois sentados em um sofá.



Depois de uns sete a oito clicks fomos gentilmente convidados a nos retirar. Me fiz de surdo, e continuei registrando o acontecimento, até o término do encontro. Fiquei em canto da sala procurando não ser notado (como se fosse possível).
Depois de um tempo, eles se levantaram e Roberto Marinho acompanhou Brizola até o elevador, sorrisos e afagos foram trocados entre os dois. Registrei tudo, desobedecendo às ordens, sentindo que tinha um importante material em minhas mãos.
Fomos para a redação e dei o filme para ser revelado. Esperei a secagem e cortei alguns negativos para meu arquivo. Olhei o jornal no dia seguinte e nada foi publicado. Nenhuma linha sequer. Provavelmente uma decisão política.
As fotos do encontro foram publicadas anos depois em revistas e jornais, e expostas em várias mostras fotográficas.
Devemos lembrar da difícil eleição e posse de Brizola nas eleições de 82, devido ao Caso Proconsult, no qual estariam envolvidas as Organizações Globo.


Câmera Nikon F3 objetiva Nikkor 35mm, filme Kodak T-X , flash Metz.

Alcyr Cavalcanti > Mestre em Antropologia e Ciências Políticas pela UFF, Alcyr carrega consigo uma experiência de mais de 30 anos como fotojornalista. Já esteve nos jornais: Correio da Manhã, Última Hora, O Fluminense, Diário de Notícias, O Globo, Jornal do Brasil, O Dia, Tribuna da Imprensa, Diário Lance, O Estado do São Paulo, Folha de São Paulo, Libération (França), nas revistas Isto É, Placar, Romântica, Vogue, L’Officiel, nas agências Associated Press, France Presse, United Press e Gamma (França). Realizou curadoria em diversas exposições fotográficas sobre fotojornalismo no Museu do Telefone, Centro Cultural da Justiça Federal, Sindicato dos Jornalistas do RJ e Sociedade Fluminense de Fotografia. Seus trabalhos já foram exibidos São Paulo, Havana, Tel-Aviv e Rio de Janeiro. Palestrou sobre fotojornalismo no projeto “Sextas-Livres" do Paço da Imagem e compôs o júri de importantes prêmios como: Prêmio Esso, Embratel, Firjan e Sesc, dentre outros. (Fonte: http://www.pacodaimagem.com.br/)