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Vejo isso da seguinte forma:
Aonde mais, se não no Brasil e especificamente no Rio, burlando toda a segurança e solenidade que se pressupõe na posse de um governador, vem o “beijoqueiro” para beijar o depositário de todas as expectativas populistas semeadas ao longo da campanha de Brizola ao governo do estado?... Era como uma celebração carioca à então recém estabelecida democracia no país, que na época ainda nem contemplava eleições diretas para presidente da república.
Passados tantos anos da foto, não me lembro mais das repercussões em torno de publicação da foto. Eu na época era fotógrafa free-lancer para a revista IstoÉ e penso que provavelmente estava credenciada pela revista na cobertura da posse do governador.
Sobre a consciência da “historicidade” ou não da foto, penso que na época considerei a foto, pelo menos, um registro inusitado, fora do comum. Hoje, passados 24 anos de nossa turbulenta democracia e da até hoje desconfiada relação com a classe dos políticos, penso que a foto retrata uma época em que o brasileiro era mais ingênuo e também mais esperançoso em relação a seus governantes.
Local: Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro
Equipamento: Nikon FM 2, 35mm, filme Tri-X, 400 Asa.
Vera Sayão > É carioca. Cursou a Escola de Belas Artes da UFRJ e é formada em jornalismo pela PUC-Rio. Foi bolsista CAPES no Hawkeye Institute of Technology, Iowa, Estados Unidos, onde estudou fotografia de 1991 a 1993.Trabalhou com fotojornalismo de 1980 a 1991, nas sucursais cariocas da Folha de São Paulo, O Estado de São Paulo e revista IstoÉ, passando depois para as áreas de assessoria de imprensa e divulgação.Participou de diversas exposições coletivas de fotografia no Instituto Nacional de Fotografia da Funarte, no Consulado da Itália e foi entrevistada no filme Caçadores de Almas, de Silvio Tendler, sobre o olhar dos fotógrafos.Desde 2002 vive em Florianópolis e trabalha com fotografia na área de cinema. Em 2005 realizou exposição individual no Espaço Prontomed Lagoa, na Lagoa da Conceição. Atualmente é aluna do curso de História na Universidade Federal de Santa Catarina.
A segunda foto já é ele mais adiante, na caminhada dele rumo ao altar, e é interessante essa foto também, porque ela marca mais o local onde houve a missa, né?, o Monumento aos Mortos da II Guerra. Só que ele já não está passando por mim. Ele já passou por mim, né?, já está se dirigindo... E eu não acompanhei. Era impossível acompanhá-lo aonde eu estava, que eu estava ali espremido no meio do povo. (...)
Esse material certamente foi vendido para o Brasil, imagino que todo, e possivelmente para o exterior, que a Agência JB, na época, era uma agência muito atuante, tinha uma estrutura de distribuição muito boa. (...)
Eu acho que ele [esse material] continua tendo [importância]. Foi uma situação, um dia festivo não só do ponto de vista da Igreja, envolvendo Catolicismo e tal (...), como também do ponto de vista político. E o fato de ser quem era... O Papa João Paulo II era uma figura de um carisma fantástico, independente de ser... de que religião fosse...
Luiz Carlos David > começou cedo na profissão, graças ao pai, também fotógrafo. Entrou precocemente para o Jornal do Brasil, como estagiário, em 1970, onde esteve por mais de 15 anos. Trabalhou ainda na sucursal da Veja no Rio, na agência F4, na sucursal da Folha de São Paulo e, finalmente, no jornal O Dia, antes de se tornar free-lancer e se aposentar.